Dia da Literatura Brasileira

Dia da Literatura Brasileira

Nesta semana comemoramos o Dia da Literatura brasileira. Escolhemos homenagear três livros que dialogam com importantes autores, obras e personagens da nossa literatura.

 

LIVRO 1

Inácio – o cantador-rei de Catingueira, de Arlene Holanda com ilustrações de Alexandre Teles, em xilogravura.
 
Neste livro conhecemos a história de Inácio, um escravo que viveu na fazenda Bela Vista, no sertão nordestino, interior da Paraíba, em meados do século XIX. Seu talento para a cantoria chamou a atenção do senhor da fazenda, Manoel Luiz, que achou mais lucrativo tirar o menino da lavoura e mandá-lo para cantar pelos povoados vizinhos, em vez de mantê-lo ao pé da enxada. Fez fama como prosador pelo sertão afora e seu nome caiu no conhecimento popular. Realizou duelos memoráveis com seus repentes, o mais conhecido deles com Romano, famoso cantador da época na região – os versos dessa batalha são conhecidos até hoje.
 
A história de Inácio, assim como a de outros repentistas nordestinos, não é muito conhecida do público jovem, especialmente em outras regiões do país. Nesse livro, a autora quis aproximar os leitores desse rico universo da cultura do sertão, dos repentes e cordéis e dos famosos repentistas que fizeram fama no final do século XIX e início do XX.
A tradição dos repentes é essencialmente oral; a autora buscou a história de Inácio em diversas fontes e a apresenta de maneira romanceada.
No final do livro, há textos complementares que ajudam a contextualizar a história.

LIVRO 2


Lis no peito – um livro que pede perdão, do saudoso Jorge Miguel Marinho, com projeto gráfico da Casa Rex. 
A obra dialoga com a obra de Clarice Lispector, fala de amor entre jovens, da felicidade de adiar um primeiro beijo tendo a certeza de que ele vai acontecer, de delicadezas e violências que são tão presentes no mundo de quem quer se descobrir. Há um crime, imperdoável talvez, e o possível criminoso pede para um escritor amigo escrever a sua história, porque ele mesmo não consegue entender se é culpado ou não. Precisa de outros olhos para ser condenado ou absolvido. É aí que o leitor entra e se vê responsável e seduzido para dar o seu veredicto final.
O livro recebeu muitos prêmios, como Jabuti nas categorias Juvenil e Projeto Gráfico, White Ravens, selo Altamente Recomendável, entre outros.

LIVRO 3


Nossa última homenagem na semana da literatura brasileira: Antônio descobre Veredas, de Deborah Kietzmann Goldemberg.

Antônio é um adolescente normal, que está cansado da escola, dos amigos e da maneira infantil com que seus pais o tratam. No entanto, um trabalho da escola sobre o livro Grande Sertão: Veredas, transforma sua vida: a leitura coloca o menino em contato com um grupo de jovens, do outro lado da cidade de São Paulo, que conquistou sua independência através do contato com o livro e criou uma comunidade inspirada em Veredas. esse encontro vai mexer com os valores de Antônio e com a sua maturidade – acompanharemos a sua transformação, sua relação com as pessoas próximas e aquilo que aprende com a leitura da obra.

A narrativa coloca o leitor em contato com a importante obra da literatura brasileira, Grande Sertão: Veredas e é um grande estímulo para a sua leitura.
O leitor conhece, ao longo do texto, os personagens principais da obra de Guimarães Rosa, por meio dos jovens que vivem na comunidade Veredas; cada um deles representa um dos personagens do livro, o que faz com que Antônio se envolva e queira aprofundar‐se na narrativa. O livro tem linguagem jovem e objetiva; no entanto, nos trechos de diálogo entre os jovens de Veredas, a linguagem torna‐se mais poética e filosófica, assim como o é na obra de Guimarães Rosa. Antônio cresce ao longo do livro e através de suas descobertas sobre a vida. O projeto gráfico mostra uma São Paulo que pode ser interpretada de inúmeras maneiras.


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